31/03/2008

Hoje tenho menos ufanismo do que nunca.
Dizem que só três coisas brasileiro não admite: bunda caída, pinga sem limão e derrota no futebol. Há muitos brasileiros que concordam e acham graça.
Mas o brasileiro é uma maravilha. Somos amados no mundo inteiro, somos pacíficos... não é isso?
Não. Será que ninguém se lembra do massacre ocorrido em 1993 quando, oito adolescentes, moradores de rua, foram barbaramente assassinados a sangue frio, enquanto dormiam sob a marquise em frente à igreja da Candelária? E Canudos, alguém lembra? Não me surpreende se a resposta for não, particularmente considerando o sistema educacional publico do Brasil.
Há pouco tempo atrás, estava na moda a campanha: "O melhor do Brasil é o brasileiro". Era o que faltava pra completar a cena. Esse paradoxo biruta tira o sossego, provoca ira. Pois, o Brasil é um país excelente, com belezas naturais e extraordinária diversidade ecológica. O melhor do Brasil é o Brasil; não os brasileiros.
Não é interessante dizer "o melhor do Brasil é o brasileiro", vejo isso como uma tentativa frustrada de enterrar os nossos erros. Um faz de conta, ultra-ilusório, que tudo vai ficar bem. Quando na verdade não vai.
Basta um poucochinho de inteligência política para perceber que o Brasil não terá um bom futuro, se não mudarmos urgentimente as "regras" criadas e utilizadas por muitos ufanicos. Tudo vai continuar sendo a desordem que é, simplesmente porque o povo brasileiro já se acostumou com isso.
Ah! só esclarecendo o porquê da palavra regra estar em destaque... Regras com aspas sendo sinônimo de "maneiras" e não de "lei"; afinal leis o Brasil tem e muitas, muito embora não sejam cumpridas como deveriam ser.
É ler o jornal e lá vem desgosto. Cada notícia...!
...Mãe vai presa por roubar lata de leite para alimentar o filho, vai presa e fica presa sem julgamento por muito tempo. Terminou em pizza a última CPI.
Cadê o dinheiro que paguei de impostos para ser convertido em educação, segurança, lazer e bem estar?
O polêmico filme "Turista" estar irritando a muitos ufanicos, a EMBRATUR que me perdoei, todavia concordo com o autor do roteiro, ele teve ousadia para escrever tal façanha pelo simples fato de não fugir da realidade bacchanale brasileira.
Tenho vergonha de ser brasileiro!
Minha voz, gritando "tenho vergonha de ser brasileiro" deveria ser entoada aos milhões nas grandes cidades, em passeatas, para mostrar aos nossos governantes, nossos empresários, nosso povo, que têm coisas erradas ao contrario do que o governo do PT e outros querem fazer passar essa história ridícula de neo-patriotismo.
Meus olhos vêem nesses novos tempos o crescimento de um etnocentrismo, um ufunismo amorfo e doentio.
Talvez isso seja coisa nova, ou sempre existiu, mas eu só noto agora. Especialmente por estar cada vez mais indignado.
Chego ao fim de minhas palavras, tendo em vista os ideais de Voltaire: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, todavia defenderei até à morte o direito de você dizê-las".

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 10.12.06

27/03/2008

Mudei porque quis o diferente, a novidade. Descobrir que o
único jeito de viver bem é não ter um único jeito de viver. Pois,
diversas alegrias estão na diversidade. Sem medo do medo
embarquei no mar das razões, experimentando novos ângulos.


PS: Influenciado por Edson Marques.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 27.03.08

22/03/2008

A música é a mais perfeita arte. A música.

Cléo, a caloura do curso de letras, almoçou ontem aqui em casa. Ela, assim como eu, ama a boa música. Proseando sobre a nossa paixão, discutimos sobre o tal créo. O créo é o mais fútil ritmo (pra não chamar de música) já inventado pelos funkeiros. Um ritmo Pós-Moderno que faz apologia ao sexo.

Nunca aprendi a tocar qualquer instrumento musical. Contudo, apreciei a arte de reunir sons e silêncios. Lembro que, por volta dos anos 90, surgiu no cenário artístico baiano a banda Gera Samba que mais tarde mudaria de nomenclatura para É o Tchan. Com canções de teor erótico o grupo se popularizou. Saiu da terra natal, mais precisamente Salvador, e ganhou fama em grande parte do Brasil. Daí pra frente, amigo leitor, surgiram diversas músicas obscenas, sem melodia.

Cabe ressaltar que, com esse advento musical, boa parte das músicas brasileira faz apologia não só ao sexo, como também ao uso de drogas. A banda Jamil e Uma Noite, que também é baiana, sabe muito bem disso, pois teve que lançar fora o "Lança Lança".

Música não é qualquer coisa, não é dado a qualquer um o dom de ser músico. Creio que essa arte aproxima o homem a Deus. A própria etimologia da palavra música, que vem do grego, significa "a arte das musas".

A arte das musas têm poder. Alegra, comove, encoraja, liberta... Possui os melhores e mais diversos adjetivos. Isso é incontestável. Nunca vi um ser humano que não gostasse de música. Até os deficientes auditivos apreciam a música. Falo isso porque conheço muitos surdos.

Estas são as concepções que tenho sobre a Música; os ritmos Pós-Modernos com seus modismos cafonas, bem como ideologias efêmeras, na maioria das vezes tornar-se amorfo, anêmico, pobre, inútil...


Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 23.03.08

19/03/2008

Cinco minutos de ocaso vale mais do que um ano na frente da tv.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 19.03.08

17/03/2008

O sempre não existe. Fácil, muito fácil, chegar a essa conclusão; dificil mesmo é acreditar. Todas as coisas na Terra passam.
Os dias de dificuldades passaram. Passaram os dias de solidão, as dores e as lágrimas das frustações; os dias de glórias e triunfos em que nos julgamos maiores e melhores do que nosso semelhantes. Igualmente passará. Restará tão somente, e por pouco tempo, a lembrança do passado, ganhamos o presente que até mesmo o futuro passará.
Com estreitamento, no campo da consciência vivo morrendo de angustia quando algum ser humano duvida que tudo passa. Enganam-se, ao ponto de esquecer que nada é permanente. O sempre é uma invenção maluca.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 17.03.08

PS: A primeira flor nascida no jardim de minha casa. Também passará.

13/03/2008

Desde cedo conheço a cara e a coroa da solidão. Filho único, sem cuidados de irmão mais velho. Aprendi cuidar de mim mesmo, sempre dando valor a minha solidão. A solidão quase sempre pode ser boa; pode-se sempre aproveitar algo de bom dela. Ouso, um pouco mais, e digo que estou apaixonado por ela.
Igualmente gosto dos momentos sociáveis, pois são neles que procuro expor os frutos de minha solidão. De preferências os maduros.
Na solidão homens mortais se apaixonam, aproxima-se do belo; ao ponto de traduzir sentimentos em gestos com palavras saborosas. Alguns se reconhecem como poeta. (Minha na morada sabe muito bem disso.)
Enquanto for capaz de enxergar os dois lados dessa moeda quererei a solidão porque hoje em minha cara vivi estampada alegrias. Reino com a coroa do sucesso por sempre ter ouvido a voz, silenciosa, da solidão.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 14.03.08

12/03/2008

Toda moeda tem dois lados. Todo homem sensato aprecia a democracia.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 12.03.08

10/03/2008

A vida é um circo.

Mas do lado de cá, um palco; do outro lado, um matadouro. No matadouro, as pessoas sérias representam. No palco, só tem palhaço. Os sérios são "responsáveis", e formam um rebanho: mansos que caminham tristemente em direção a nada. E riem dos palhaços. Estes, por sua vez, são inconseqüentes, e riem da seriedade. Mas com uma diferença fundamental: além de rir dos sérios, os palhaços riem de si mesmos — e este é o ponto. Quem consegue rir de si, se salva. Quem só ri do outro, se perde, em todos os sentidos. Nos palcos e nos matadouros da vida, todos representam: os sérios e os palhaços; mas só os palhaços têm consciência disso.

Todos nascemos para a Arte, para o inocente jogo da Vida, para o lúdico, para o puro e o sorridente. Alguns permanecem no palco — e se transformam em artistas, atores, cantores, poetas, bailarinos, amantes, loucos: todos palhaços. Outros, convencidos à força pelos pais, pelos padres, pelos pastores, pelos professores, pelos patrões e, quando não, pela polícia — ficam sérios, perdem o brilho. E logo são encaminhados ao matadouro. Alguns, entretanto, retornam ao palco, depois de perceber que foram iludidos na origem: não lhes agradam os grilhões da seriedade: suas almas de palhaço ainda estavam intactas, por sorte.

Porque assim que você sai do ovo, algemas claras prateadas lhe são postas nos braços. Grilhões de seriedade nas canelas. Se você não reagir a tempo, teremos um deus enclausurado. Um pequeno deus encarcerado.

E eu fico pensando.

Qual será o perverso mecanismo que transforma esse Jesus num chefe de escritório? Que maldição faz da musa uma dona de casa? Quais são os fatores horrorosos que acabam levando um pequeno Buda em direção ao matadouro? O que é que, na maioria das vezes, arrasta um ser iluminado, e o joga no rodamoinho da desgraça cotidiana — e lhe apaga a luz?

Edson Marques

PS: Texto majestoso do amigo poeta. Eu na foto.

07/03/2008

Mulher boa atual

Além de rabo adocicado.
Além de corpo plastificado.
Além de muitas adversidades.
Além de toda e quaisquer sensualidades.

Além de horas e horas no salão de beleza.
Além da mais bela princesa.
Além de bissexualidade.
Além de ingenuidade.

Além da tensão pré-menstrual.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 08.03.08

03/03/2008

Poemeto para Cacau

Poeta poetinha desconhecida,
Conheci e já faço parte de sua torcida.
O doce sorriso dela não é enjoativo,
na verdade; dela sou cativo.


Sonhadeira que só ela,
só que sonhar vida de novela.

A vida dela é pra valer
Ela faz valer a vida dela.


Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 30.11.08
 

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