05/12/2007

No começo de minha adolescência, momento em que meu senso crítico foi ganhando forma, volta e vez deparava-me com alguns quadros. Nos lugares mais diversos possível: consultório médico, rodoviária, shopping...
Sempre gostei de observar as pintura, porém nem sempre entendi o significado das obras.
Conversando com os amigos sempre ouvir a mesma angustia. Naquela época alguns deles falavam que também sabia fazer arte, sabia pintar, afinal juntas cores e pinceladas "de qualquer" jeito é fácil. Na verdade até hoje ouço muito essa fala.
Atualmente, sei que existe basicamente dois tipo de pintura: a figurativa e a abstrata.
Figurativa aquela que retrata o real, ou se aproxima da realidade; já na abstrata podemos ver imagem feitas com pinceladas, riscos, borrões que não se parece com nada do que você conhece, aparentemente sem lógica. Mas essa imagem há uma idéia, sentimento ou emoção do artista.
Mês passado estava de papo com o Luiz (amigo) e a prosa foi sobre arte, falávamos de artistas renomados com Candido Portinari, Oscar Niemeyer entre outros. Luiz disse que admira mais o tipo de arte que mostra pessoas, objetos, animais, paisagem e etc, como realmente são ou pelo menos parecem ser. Portanto arte figurativa.
O gosto pelo gênero lírico se faz presente na minha vida desde cedo. Eu sempre gostei mais da arte abstrata. E essa paixão pela arte aumenta meu tezão quando o assunto se trata do gênero lírico. Esse amor é como, um vírus altamente contagioso. Talvez esse blog aqui seja uma das conseqüências de vírus.
Como esse vírus é benéfico, procuro a cada dia contagiar todos que estão a minha volta. Essa semana agir de uma forma um tanto extranha. Na segunda-feira passada acordei com uma idéia na cabeça e um grande desejo no coração. Desejo esse de lecionar da forma mais diferente possível. E assim fiz.
Na aula de literatura, um poema de Manuel Bandeira, alguns debates e daí então o rumo foi tomado. Os alunos compreenderam que Bandeira no seu poema O bicho, criticar as atitudes do ser humano que muitas vezes se confundem com dos animais irracionais.
Quis mais!
Apresentei um quadro que decora meu quarto (antes disso falei do trabalhão que deu levar esse quadro até a escola). Um quadro lírico, é claro.
Logo em seguida pedir a eles que tenta-se entender o que o eu lírico do pintor tentou passar com aquela obra. Deixei-os visualizar por dez minutos, durante esse período eles falaram o pelos cutuvelos. Teve dois ou três disseram que também sabia fazer arte, sabia pintar, afinal juntas cores e pinceladas "de qualquer" jeito é fácil.
Passado os minutos que fora estipulado, pedir que cada um escrever-se um poema, ou poesia, uma crônica ou uma história que retratasse o que eles enxergava naquela imagem. Eles mim surpreenderam.
Alguns viram uma montanha, outros a origem da vida, amizade, angustia, vitória, preconceito... foram o que eles viram.
Me encantei com os textos produzidos. Afinal eu estava lecionando em uma turma de primeiro ano.
A maioria dos alunos escreveram em prosa; as alunas em verso.
E como fruto dessa aula "diferente":

As mãos

Quem sou diante do seu olhar?
apenas um gesto me faz
ao me tocar
Meu corpo se refaz

Sua forma de pensar
e sua mão move montanhas
e no meu coração
é fácil de encontrar

As vezes é difícil
de compreender o mundo
pois eles julgam você
do dedo do pé ao fio do cabelo

Mas para mim
não há nada
que me faça te descriminar
pois você é meu contemplamento.

por: Natali Oliveira Messias. 03/12/07

A imagem lírica do quadro é essa aí acima.

Outros poemas viram.

Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 05/12/07
 

O mundo de Sofia Copyright © 2007-2017 Designed by Rafael Almeida Teixeira