Medonho passado, presente de bruxa. Foi no início de um domingo chuvoso, cheio de incertezas e lembranças no ar. Por mais que o medo transitar-se, era preciso se fazer presente no encontro, marcado, com o passado. Esse tal medo faz sentido, pois vinha de todos os lados; todos os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.
O tenebrosos passado foi nutrido, cotidianamente, ouvindo as histórias macabra dos coronéis do cacau, vendo a imponência construída, tocando e sendo tocado pelo ranço da vassoura-de-bruxa: Era um passado maldito, dito por pessoas boas.
A bondosa bruxa veio, sem ser convidada, e varreu com vassoura de piaçava as maldades dos coronéis. Queimou o broto das perversidades que o cacau produzia. Faxinou os cofres dos barões, como uma diarista que a limpa a própria casa. Fez o serviço para os pobres, cobrando dos ricos malfeitores. Vingando vidas colhidas depois das colheitas.
Ave a vassoura da bruxa!
Os coronéis não tem cacau,
Bendita sóis oh bruxa!
Bendita sóis oh vassoura avassaladora.
Ave vassoura!
Não há lavoura do mau.
Ave vassoura!
Não há cacau.
Ave vassoura!
Antes nós,
do que o cacau.
Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 03.10.2010
4 comentários:
FOTO: Pomposa fazenda do Coronél Tertuliano Guedes de Pinho.
Uma bela fotografia.
Esse seu texto,é magnifico meu irmão.
Você és um ótimo escritor.
Um abraço.
Gostei da prosa viu?! Muito boa!
Solineide Maria
AVE GRAPIUNA
AVE GRAPIÚNA QUE POUSA EM PEDRAS NEGRAS DESTA TERRA, DITAS ITAUNAS
AFASTAI COM SEU CANTO, OS MALES DAS TABOCAS, QUE UM DIA TRANSFORMADO EM PICADO, DEU ESPAÇO AO NOBRE CACAU.
AVE GRAPIUNA QUE VOA NAS ASAS NEGRAS, GUARNECENDO MINHA TERRA NATAL. ESPANTAI COM SEU ENCANTO OS MAUS SONHOS, QUE HOJE EM DIA, ATEMORIZA EM PESADELOS, O FANTASMA DOS SEUS FIÉIS.
AVE GRAPIÚNA QUE RENASCE DAS CINZAS NEGRAS, NESTE LUGAR AMARELO-DOURADO. PROVIDENCIAI O ENCONTRO DO FILHO DA TERRA COM SEU PAI!
PARA QUE PRÓDIGO, TRAGA, ABRA E NOS LEVE, À PORTA DO CÉU.
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