Mosaico do Professor Paulo Freire

Itabuna-BA, sexta-feira, 10 de agosto de 2007.


Cara colega professora Marta Sulamita Chagas de Oliveira.

Após uma sondagem no Colégio Estadual Dona Amélia Amado no ano de 2006, sondagem essa como propósito da elaboração de um projeto de intervenção foi percebido que o corpo discente do colégio referido tem certa deficiência em relação ao habito da leitura, bem como ao de escrever. Visando promover uma aprendizagem relevante e significativa buscando a formação de seres autônomos, críticos e reflexivos, sugiro a vossa senhoria a realização de um trabalho docente diferenciado e interessante.
Ler e redigir no contexto escolar viraram sinônimos de tarefa, de remédio amargo (daqueles que temos que engolir para realmente melhorar de uma enfermidade) ou ainda, por incrível que pareça, de castigo. E o que podemos e devemos fazer em relação a isso? Apenas lamentar e continuar tocando o barco sem que nos responsabilizemos por um imprescindível resgate? Ou devemos nos ater a questão e pensar em algumas possibilidades de trabalho que valorizem essa ação tão básica para a educação quanto a água é para a sobrevivência dos seres humanos?
Nesse sentido, observamos que as atividades devem ser bem planejadas. É importante que o professor pesquise quais os melhores tipos de texto se preocupando em ter um objetivo bem definido para desenvolver com os estudantes. Escolher textos à altura do repertório dos alunos para que o diálogo com a leitura seja produtivo. E ensinar a estabelecer previsões, baseando-se no gênero, no título, no subtítulo, nas ilustrações etc. Favorecer a participação do aluno por meio de perguntas e situações em que ele tenha de fazer uso de estratégias que lhe facilitem a compreensão do texto. Articular diferentes situações de leitura silenciosa, coletiva, oral, individual e compartilhada e encontrar os textos mais adequados para alcançar os objetivos propostos. Estimular a turma a sempre trocar idéias e discutir o que foi lido.
Por fim, desde já agradeço pelo tempo que despendeu com a leitura desta carta, foi de grande valia para mim. Pois assim pude manter esse contato com a vossa senhoria. Lembro que nosso papel como educador é ser flexível, receptivo e crítico, inovando e pesquisando conhecimentos e novos caminhos que favoreçam a aprendizagem.


Atenciosamente: Rafael Almeida Teixeira.