Rio Cachoeira

Aquele desejo nostálgico de quando criança levou-me, no dia de sol grande, ao Rio Cachoeira. Rio que me trouxe alegrias, experiencias, conquistas... Foi ali que eu comi uma piabinha crua para aprender a nadar, consequentemente ou não, foi ali que eu aprendi a nadar.
Rio que no passado fazia jus o nome de rio. Hoje, infelizmente, não passa de um esgoto a céu aberto.
Depois de crescido, desejei dá um mergulho no rio de outrora, entretanto já sabia que não iria encontrar o Rio Cachoeira como antes. Mesmo consciente disso, meu desejo foi alimentado toda vez que lembrava do Cachoeira, e assim, o desejo crescia. Queria um mergulho, queria limpar a mente, precisava lavar a alma mesmo que meu corpo sair-se sujo dali.
Finalmente, lá estava eu. Mergulhei. Mergulhei em uma imensa sensação de prazer.
Minha mente voou; meu corpo caiu. Lavei a alma e fiquei de mente limpa. Naquela tarde de verão, meu desejo morreu afogado no rio poluído.

_{Rafael Almeida Teixeira. Itabuna-BA 20.05.2009}