06/01/2011

Olhar cansado

Com aquele olhar casando Dona Zuzu na porta de sua casebre espiava no primeiro dia de 2011 o movimento da pacata rua na qual reside há alguns anos.
Dotada de nada menos que oitenta e quatro anos vividos, sua sorte ou seu destino não foi tão diferente de muitos; seu irmão foi-se e ficou na segunda guerra mundial. Seu esposo Otacílio Teixeira partiu cedo, seus filhos e filhas foram o de melhor que ela construiu.
Talvez por conta do cansaço, a senhora sonhadora esqueceu a minha graça; minha fisionomia não. No primeiro dia do novo ano ela foi gentil ao dizer que continuo bonito.
 Eu rapidamente sem se cansar lembrei do tempo que pescávamos juntos e ela sorriu da nossa sorte.
Rafael Almeida Teixeira 01.01.2011

1 comentários:

Rafael Almeida Teixeira on 06 janeiro, 2011 10:29 disse...

A crença de sorte interferi na conduta dos que nela acreditam. Por isso desejei ver mais uma vez minha avó no início de um novo ano.

 

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